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São Carlos, SP, Brazil
Tenho um coração mais mole que sagu e muitos cachinhos que contam histórias. Do resto, sou metida, fresca e vivo no mundo da lua. Fim.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O círculo e o amigo

Para Davi esse presente bem pequeno que é pra caber na mala e no peito.

Presa ao meu saudosismo e a algumas roupas,
permiti que o sol inundasse a minha casa como inundam-me seus abraços.
Vinte anos, de repente, reduziram-se a tão pouco.
Como eu poderia enclausurar o universo em minha gaveta
quando você mesmo diz, meu amigo, es muss sein?

Nos olhos ainda trago as estrelas que vimos juntos.
Aquelas estrelas exageradamente surreais deglutidas por meras lentes telescópicas.
Mas não eram necessárias lentes nem uma noite limpa nem mesmo estrelas.
Nós podíamos vê-las, querido,
e podíamos senti-las... E amá-las! Amá-las como Werther.

Um canto, ainda que mudo, sempre te embalará.
– Um bando de loucos vaga em meio as ruas cantarolando cantarolando e cantarolando através da noite –
ainda me dirão.
E em meu rosto desabrochará o mais terno sorriso, estarei me recordando de você
que diz – Esqueça a rotina como Mccandless –,
que transforma alegrias em canção.

Faça como Alice fez. Esse mundo é deveras pequeno pra você.
Assim como esse saudosismo, eu confesso,
que ainda hoje me banhou e já se mostra deveras vasto em meu coração.
Vá, viaje
sem rumo, sem destino.
Siga Cassady, Kerouac e quem mais você quiser.

Só peço-lhe que volte, assim como Édipo voltou.
Mas ao invés de tragédias, peço-lhe que traga toda sorte de alegrias junto aos seus cacarecos.
Algumas pra mim, outras para o restante da sua eterna Tebas.
As demais, sei bem,
virarão canções.