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Tenho um coração mais mole que sagu e muitos cachinhos que contam histórias. Do resto, sou metida, fresca e vivo no mundo da lua. Fim.

sábado, 17 de julho de 2010

Os Lunáticos Sabem

Qual a hora certa para escrever? Rotineiramente questiono-me com essa mesma pergunta, que na maioria das vezes, parece não ter uma resposta concreta.
Desde que me entendo por Raquel, penso que a inspiração vem quando menos se espera, e, desde então, tenho ligado este raciocínio ao meu lado sentimental. Na verdade, acredito que a maioria das pessoas sejam assim. Quando a gente se apaixona, por exemplo, é quase tão impossível esconder este sentindo, quanto não transmití-lo mesmo que indiretamente através das palavras. Não é por acaso que as canções, filmes e consequentemente quase tudo ao nosso redor seja, em grande escala, sobre o amor. Mas aqui não teremos esse problema, creio eu. Felizmente ou não, nunca fui boa com as palavras, pelo menos não o bastante tratando-se de amor. Mas essa é outra história.
Agora, voltando ao ponto inicial, não acho que exista hora certa ou errada para se escrever. Pode ser coisa de momento, eu sei. E costumeiramente, tenho tido provas concretas a respeito. Provas que se dão através dos meus surtos como Lispector. Seja ao observar um cachorro atravessar a rua, seja ouvindo o que minha mãe tem a dizer. Crio grandes crônicas na cabeça, sem o mínimo de talento com as palavras. Sem o mínimo de esforço.
Não é fácil mostrar o que está estampado na nossa alma. Mas escrever não é nada mais que isso. Embora seja complicado traduzir com palavras o que atormenta nosso pensamento e por mais complexo que possa parecer, não devemos ter medo de nos entregar. É como já dizia Fernando Pessoa: "A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono."
Às vezes, fugir um pouco do cotidiano ou interpretá-lo mais a fundo é preciso. Voar não custa nada e com as palavras despertamos as asas oferecidas pela nossa imaginação. Afinal de contas, o que seria de nós se não pudéssemos fugir de vez em quando?

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